(19)3029-5692 https://www.agentedeturismo.com.br A Bélgica tornou-se independente da Holanda em 1830. O país prosperou na segunda metade do século 20. Hoje, possui uma economia moderna e é membro da União Européia.
Tensões entre a população da região de Flandres, ao norte, que fala flamengo, e a população do sul, que fala francês (valões), levou a Bélgica a adotar mudanças constitucionais, concedendo maior autonomia a essas regiões.
Estados-Membros
Bélgica
Ano de adesão à União Europeia: Membro fundador
Sistema político: Monarquia constitucional
Capital: Bruxelas
Superfície total: 30 528 km²
População: 10,7 milhões de habitantes
Moeda: euro
Oiça uma das línguas oficiais da UE faladas no país: alemão, francês, neerlandês
A Bélgica é um Estado federal dividido em três regiões: a Flandres a norte, onde se fala flamengo (neerlandês), a Valónia a sul, onde se fala francês, e Bruxelas, capital bilingue, onde o francês e o neerlandês são línguas oficiais. A leste, existe ainda uma pequena comunidade germanófona com cerca de 70 000 habitantes.
A paisagem belga é muito variada: planícies ao longo dos 67 quilómetros de costa do Mar do Norte, um planalto na parte central do país e colinas onduladas e florestas na região das Ardenas, a sudeste.
Bruxelas é sede de várias organizações internacionais, nomeadamente da maioria das instituições europeias e da NATO.
Independente desde 1830, a Bélgica é uma monarquia constitucional. O Parlamento bicameral é composto pela Câmara dos Representantes, cujos deputados são eleitos por um mandato de quatro anos, e pelo Senado ou Câmara Alta, cujos membros são eleitos ou designados por cooptação. Dadas as suas características políticas, a Bélgica é geralmente dirigida por governos de coligação.
Entre os belgas mais conhecidos contam-se Georges Rémi (mais conhecido como Hergé), o criador do herói de banda desenhada Tintim, os escritores Georges Simenon e Hugo Claus, o compositor e cantor Jacques Brel e o ciclista Eddy Merckx. Os pintores James Ensor, Paul Delvaux e René Magritte são os modernos sucessores de Rubens e de outros mestres flamengos do passado.
A Bélgica é famosa pelos seus chocolates, que são apreciados no mundo inteiro. O prato favorito dos belgas são os mexilhões com batatas fritas, as quais, de acordo com a lenda, seriam uma invenção belga. O país também produz mais de 1000 marcas de cerveja.
Descobrindo a Bélgica
Como é a Bélgica que me espera? Essa pergunta me fiz antes de embarcar para esse pequeno país no último fim-de-semana. De fato, descobri que eu conhecia muito pouco sobre a Bélgica, até visitá-lo.
Primeiro, não existe um idioma belga. As pessoas falam dois idiomas: na metade norte do país, o holandês (mais puro que o da Holanda, sem misturas com o inglês); e na metade sul, o francês. A explicação está em que o país abriga duas comunidades de origens diferentes, a flamenga (ao norte) e a vala (ao sul).
Segundo, a Bélgica é reconhecida como sendo o verdadeiro país das batatinhas fritas (e não a Holanda, nem a França). Também é o país da cerveja (dizem haver um tipo diferente para cada dia do ano), como também do chocolate (mais forte e amargo do que o suíço).
A Bélgica é um país que parece ser formado por uma mistura de outros países e culturas, principalmente da Holanda, França e Alemanha. Em área, é um pouco menor do que a Holanda; é também menos populoso, tendo em torno de 10 milhões de habitantes, enquanto que a Holanda tem 16. A arquitetura belga recebeu muita influência da Holanda, mas é mais diversificada. Os prédios antigos são estreitos e retangulares, com grandes janelas, como na Holanda. Tem, também, muitas igrejas e prédios, muitos deles públicos, em estilo romano e gótico. Encontram-se, ainda, alguns prédios em estilo clássico, com grande colunas, como a Bolsa de Valores de Bruxelas.
No período entre os séculos XVI e XVIII, a Bélgica pertenceu ao Império Espanhol. Em 1815, o país foi anexado à Holanda; 16 anos depois, em 1831, tornou-se independente. Atualmente, Bélgica, Holanda e Luxemburgo formam o Benelux, que constitui uma região sem barreiras alfandegárias.
Uma estranha peculiaridade do povo belga é a diferença entre a cultura do norte e do sul do país. A proximidade com outros países, assim como o clima e a trajetória histórica, influenciaram de forma diferente cada região (como também acontece e pode ser percebido no Brasil, com suas diferentes regiões e sub-regiões). Na metade norte da Bélgica, mais próxima da Holanda, a maioria das pessoas fala inglês, além de holandês e francês. Já na metade sul, mais próxima da França, eles gostam mesmo é do francês e não se interessam muito por outros idiomas, inclusive o holandês e inglês.
Nas escolas belgas, é obrigatório o ensino dos dois idiomas mais falados, francês e holandês, além de um terceiro, que pode ser inglês ou alemão. Percebe-se, assim, que os belgas constituem um povo bastante aberto ao mundo, e culto.
Mas nem todos são bilíngües. Há cerca de um ano atrás, aconteceu um acidente de trens porque os motoristas não conseguiram se comunicar pelos fones. Um deles falava somente holandês, e o outro, francês; não se entenderam e o resultado foi que os trens acabaram se chocando de frente, e sete pessoas foram mortas, além de muitos outros prejuízos.
Visitei três cidades na Bélgica: Bruxelas, Bruges e Gent.
Bruxelas
Bruxelas é a capital da Bélgica; é também a cidade mais populosa do país; tem ares de cosmopolita, com muitos empreendimentos e prédios modernos. Há alguns anos, refletindo a predisposição do povo belga para a mudança, arrojo e abertura para a Europa e o mundo, Bruxelas assumiu o papel de Centro da União Européia.
Mesmo sendo uma cidade grande, Bruxelas carrega muito da história do país e da Europa nos seus prédios antigos, ainda que alguns estejam mal conservados. O melhor da sua arquitetura está no centro da cidade.
A Grandplace, ponto famoso da cidade, é uma espécie de praça circundada por prédios antigos, em estilo barroco. No século XII, era o centro político e econômico da cidade. Em 1695, a praça foi destruída e levou 4 anos para ser reconstruída, ficando novamente pronta em 1700. Hoje, alguns prédios servem de sedes do governo, de museus, hotéis e lojas. Realmente, a praça é surpreendente; e os prédios, maravilhosos. De noite, a praça ganha um clima muito especial com a iluminação dos prédios e o show de luzes. Também é comum ocorrerem apresentações culturais e shows de música, como pode ser visto por imagens seguintes. Durante a noite, o centro de Bruxelas é muito movimentado, com muitos turistas circulando. Existem variados bares, restaurantes, pubs e discotecas, para todos os gostos .
Uma curiosidade em Bruxelas é o Manneken Pis Fountain, que é uma pequena estátua de bronze com um menininho urinando, que data de 1619. Existem várias lendas a respeito da estátua, que até já virou ponto turístico importante. De qualquer forma, me lembrei de um boneco que existia no Brasil quando eu era criança, chamado Manequinho. Agora descobri o porquê do nome.
Outra beleza de Bruxelas é a Cathedrale Saint-Michel; foi iniciada em 1220, em estilo gótico. Os vitrais, do século XVI, são lindos. Para quem gosta de museus, no Parque do Cinqüentenário existe um museu sobre a história militar do país, outro museu sobre a história da arte belga, e mais outro de automóveis.
Bruges
Esta cidade é famosa na Europa, em função de possuir um ar medieval. Todas as casas são em estilo europeu, assim como as “places”, comuns em toda Bélgica. As "places" são espécies de praças, mas sem jardins ou bancos, com prédios importantes em toda volta. São belíssimos os prédios da prefeitura, que data de 1420; e da St,Saviour’s Cathedral, do século XII. Bruges é circundada por um canal que servia de proteção à cidade (na época, também chamada de "burgo") durante a Idade Média. No canal, na entrada para a cidade, ainda existem pórticos e moinhos bem antigos.
Bruges é uma cidade muito antiga, que data do século IX. Ela se tornou um dos centros comerciais da Europa a partir do século XI, graças ao seu acesso direto para o mar. Era famosa pela sua produção de tecidos, que eram exportados para toda Europa. Também foi abrigo do primeiro prédio para intercambiar mercadorias e dinheiro no mundo, na casa da família Van der Beurse, que constituía um clã na área mercantil. O nome Beurse deu origem a palavra "beurs", que em holandês significa comércio internacional e que foi incorporada por diferentes idiomas do mundo.
No século XV, as artes e atividades bancárias floresceram enormemente em Bruges, a partir da vinda dos Duques de Borgonha. A cidade virou morada para pintores famosos e nessa época foram construídas algumas de suas atrações, como o prédio da prefeitura, a Igreja Old Lady, o mausoléu de Maria de Borgonha, além de igrejas e prédios comerciais.
Com o passar do tempo e com os “vai-e-vens” da política, Bruges foi perdendo seu poder comercial. Enquanto isso, Antwerp (Antuérpia), cidade belga mais ao norte, que hoje é o segundo maior porto da Europa, vindo depois do de Rotterdam, foi ganhando ascendência como entreposto comercial. A perda foi tanta que, durante o século XIX, Bruges se tornou uma cidade pobre e atrasada; começou, então, a assumir outro papel, pela valorização da sua história, monumentos e cultura. Hoje, Bruges é conhecida em todo o mundo como um dos pólos turísticos da Europa. No corrente ano, a cidade constitui a capital da cultura européia e sede de muitas atrações.
Gent
Nesta cidade, situa-se uma da principais universidades da Bélgica. É menos turística, mas também possui excepcionais pontos turísticos de valor; pessoalmente, acho que não perde em nada para Bruges. Igrejas, "places", canais, antigas casas da época medieval e até um castelo, chamado Het Gravensteen (The Castle of Counts!), que foi construído por Philip, da Alsácia, em 1180. Situa-se no centro da cidade, e é possível visitar seu interior (estudantes têm desconto), conhecer seus cômodos, celeiros e fortes. É muito legal. Dentro do castelo, existe uma exposição de armas medievais, com armaduras, espadas (gigantes!) e espingardas. É incrível como eles eram caprichosos, as armas eram repletas de detalhes. Também existe uma exposição da tortura, onde se pode conhecer os objetos que eles usavam para torturar os criminosos e prisioneiros. A catedral Sint Baafskathedraal vale a pena ser visitada. Além de muito bonita por fora, contendo uma mistura de estilo gótico com romanesco, o seu interior é repleto de pinturas e peças antigas. O orgão de música data de 1653; e o púlpito, de 1741.
ABAIXO INFORMAÇÕES SOBRE FLANDRES RETIRADAS DA BIBLIOTECA POPULAR
Flandres (em neerlandês Vlaanderen, em francês Flandre e em alemão Flandern) é a região norte da Bélgica, enquanto a região sul é chamada de Valônia. Nesta parte do país é falado o neerlandês (língua conhecida popularmente por holandês, cuja modalidade local é conhecida como flamengo) (Vlaams). Seus falantes é que são os designados "flamengos" (Vlamingen).
Não é correto confundir o termo Flandres aqui utilizado com o do Condado da Flandres, que não mais existe. Hoje, a palavra Flandres é usada para se referir à região belga.
Índice[esconder] |
População
A população flamenga é de origem predominantemente neerlandesa de quando a região ainda fazia parte dos Países Baixos, porém, o povo de Flandres também é formado por inúmeros descendentes de imigrantes de diferentes regiões ou pelos próprios imigrantes que buscam na região, hoje, uma vida melhor.
Durante o controle espanhol sobre a região, muitos protestantes deixaram o país (hoje de maioria católica) em direção aos atuais Países Baixos.
Religião
Historicamente, a região de Flandres vem mantendo como religião oficial o catolicismo, porém, devido ao número de imigrantes muçulmanos, o Islã é praticado por 3% de toda a população, sendo que todas as outras religiões não possuem mais que 1% de seguidores.
Política
Flandres é uma região administrativa e política belga desde a formação do país. A região flamenga possui governo, parlamento e renda próprios, sendo comumente denominada de Comunidade Flamenga (o que corresponde à estrutura da região sul, a Valônia. Flandres procura ser o mais autônomo possível desde que assumiu a liderança na contribuição para a economia belga, passando a Valônia, região ao sul de língua francesa. Oficialmente a cidade de Bruxelas é considerada capital política da Flandres, porém se perguntado a um flamengo qual é a capital da Flandres, a resposta obtida será certamente Lovaina (Leuven), já que Bruxelas é considerada também uma região autônoma, que não faz parte nem da comunidade flamenga nem da comunidade valona.
Juridicamente, todas as funções desta região administrativa são desempenhadas pela comunidade flamenga. Desse modo as instituições oficiais tais como o governo e o parlamento flamengos representam não só a população desta região, mas também de todo os Flamengos que residem na Região de Bruxelas-Capital.
A região encontra-se dividida em 5 províncias:
- Antuérpia (neerlandês: Antwerpen)
- Limburgo (Limburg)
- Flandres Oriental (Oost-Vlaanderen)
- Brabante Flamengo (Vlaams-Brabant)
- Flandres Ocidental (West-Vlaanderen)
Separatismo
A história do início da Bélgica como país contribuiu para a formação de movimentos separatistas de ambos os lados (flamengo e valão). Do lado de Flandres, partidos extremamente conservadores (como o Vlaams Belang, o maior deles) lutam pela separação, alegando que os valões vivem às custas dos flamengos. Tudo tem base no passado belga, quando a Valônia era a região mais rica e seu povo menosprezava Flandres e tudo o que vinha dela, pelo fato de eles serem mais "pobres". Nesse período, os flamengos eram oprimidos por falar uma língua diferente do francês, considerada como inferior, e tinham pouco ou nenhum direito civil se comparados aos compatriotas da Valônia. Quando a situação se inverteu, muitos flamengos que se sentiam injustiçados adotaram uma posição radical.
Uma das grandes questões discutidas hoje é que os valões continuam tendo uma posição extremamente conservadora. Apesar de o neerlandês ser língua oficial da Bélgica, poucos valões fazem questão de aprendê-lo, optando mesmo pelo idioma inglês na hora de se comunicar com o norte. Em contrapartida, os flamengos se esforçam para aprender a língua da Valônia (francês) assim como o alemão, falado em uma pequena parte do país (oficialmente agregada à Valônia). Em pesquisas feitas anualmente na Bélgica, nota-se que cada vez mais flamengos falam o francês fluentemente, enquanto o número de valões que falam o neerlandês mantém-se ou aumenta pouco. Somado a isso, ainda existe um forte sentimento de inimizade de ambas as partes, já que os flamengos não perdoam o que os valões fizeram com eles e nem os valões aceitam Flandres como região mais importante economicamente para seu país.
Esta situação complexa está na origem da profunda crise política em que a Bélgica se encontra desde 2009, e cujo aspecto mais visível é que não se consegue constituir um novo governo (depois da queda do último, que continua a assegurar a gestão corrente). Manifesta-se entre os flamengos uma significativa tendência a favor de uma separação da Bélgica, portanto uma independência completa. A maioria parece, no entanto, rejeitar esta solução, sendo a favor de uma autonomia acrescida. Por outro lado, há partes da juventude belga, tanto valona como flamenga, que começou em 2011 a manifestar-se contra o bloqueio político por parte das regiões, ridicularizando o conflito como "guerra das batatas fritas".